GRC é a integração de governança, risco e conformidade para fortalecer a segurança, reduzir incertezas e garantir decisões estratégicas com integridade.
O que é GRC?
GRC significa Governança, Risco e Conformidade (ou Governance, Risk and Compliance). É uma metodologia estruturada que une processos, pessoas e tecnologia para as organizações alcançarem seus objetivos com mais confiança, reduzam riscos e cumpram normas regulatórias.
Se antes governança, riscos e compliance eram tratados de forma isolada, o GRC une os três pilares em um modelo único, fortalecendo eficiência, transparência e resiliência.

Quais são os Pilares do GRC
1.Governança
A governança define como a empresa toma decisões, distribui responsabilidades e presta contas. É a base para garantir que objetivos estratégicos sejam alcançados de forma ética e sustentável.
Componentes principais da Governança:
Governança também significa visibilidade e controle sobre o que acontece na organização. Só é possível proteger o que se conhece: por isso, mapear ativos, processos e responsabilidades é essencial para qualquer programa de segurança.
Uma boa governança permite que a empresa saiba onde estão seus dados, quem tem acesso a eles e quais processos sustentam a operação, criando a base necessária para implementar controles eficazes e tomar decisões estratégicas com confiança.
- Estrutura organizacional clara: papéis e responsabilidades bem definidos, incluindo conselho, diretoria e áreas operacionais.
- Políticas corporativas: regras que guiam a tomada de decisão, incluindo responsabilidade social, ambiental e de segurança da informação.
- Transparência e ética: mecanismos de auditoria, relatórios e canais de denúncia para evitar corrupção e má conduta.
- Alinhamento estratégico: conexão direta entre TI, segurança e os objetivos de negócio.
- Cultura de governança: engajamento da liderança e disseminação de valores em todos os níveis.
Exemplo prático: Governança eficaz significa integrar práticas de ESG e compliance em decisões de investimento, assegurando confiança dos stakeholders.
2. Gestão de Riscos
O pilar de risco trata de identificar, analisar e mitigar ameaças que possam comprometer a operação, a reputação ou a continuidade dos negócios.
Etapas fundamentais da Gestão de Riscos:
- Identificação: mapeamento de riscos financeiros, jurídicos, operacionais, cibernéticos e reputacionais.
- Avaliação e priorização: mensuração da probabilidade e impacto de cada risco (qualitativa ou quantitativamente).
- Mitigação: planos de ação, controles técnicos e administrativos para reduzir riscos a níveis aceitáveis.
- Monitoramento contínuo: uso de KPIs, indicadores de risco (KRIs) e auditorias para manter riscos sob controle.
- Resiliência: preparação para responder rapidamente a incidentes (planos de continuidade e disaster recovery).
Entender riscos não é apenas os identificar, mas relacioná-los diretamente à continuidade do negócio. Cada vulnerabilidade ou falha de controle pode gerar impactos financeiros, de reputação e de conformidade que colocam em risco a operação na totalidade.
Um programa robusto de GRC conecta a análise de riscos aos planos de continuidade e recuperação de desastres, garantindo que a empresa esteja preparada para responder rapidamente a incidentes e reduzir o tempo de indisponibilidade. Dessa forma, risco deixa de ser apenas um ponto técnico, sendo tratado como fator estratégico para a sustentabilidade do negócio.
Exemplo prático: no contexto de cibersegurança, avaliar riscos inclui detectar vulnerabilidades em sistemas, aplicar patching e adotar frameworks como CIS Controls e NIST CSF.
3. Conformidade (Compliance)
O pilar da conformidade garante que a empresa cumpra leis, regulamentos e normas do setor, além de políticas internas. Mais do que evitar multas, é um meio de proteger a reputação e manter a licença para operar.
Elementos essenciais da Conformidade:
- Leis e regulamentos: GDPR, LGPD, HIPAA, SOX, NIS2, entre outros.
- Padrões e certificações: ISO 27001, PCI DSS, CIS Controls, auditorias externas.
- Políticas internas: código de conduta, uso de dados, proteção de ativos e prevenção a fraudes.
- Auditorias e monitoramento: revisões periódicas para verificar aderência às normas.
- Treinamento e conscientização: capacitar funcionários para entenderem suas responsabilidades.
Exemplo prático: um hospital precisa cumprir a HIPAA (nos EUA) ou a LGPD (no Brasil) para proteger dados de pacientes; falhar nisso pode gerar multas e perda de confiança.
Benefícios de implementar GRC
Vai além de atender normas: cria uma base sólida para enfrentar riscos crescentes em um ambiente regulado e hostil. Segundo a KPMG (2024), conselhos que integram governança e risco tomam decisões mais rápidas e sustentáveis, reduzindo falhas e custos de não conformidade. Já o relatório State of Cyber Security 2025 da Check Point revelou alta em infostealers (+58% em 2024), ataques a cadeias de suprimentos e ransomware de extorsão, riscos que reforçam a necessidade de GRC.
Entre os principais benefícios estão: alinhamento estratégico entre TI e negócios, mitigação de riscos críticos, resiliência operacional, transparência com stakeholders e maior agilidade na resposta a crises regulatórias.
Abordagens e frameworks de GRC
Existem diferentes formas de estruturar um programa de GRC. Algumas referências globais:
Privacy Framework
O NIST Privacy Framework é uma ferramenta desenvolvida pelo National Institute of Standards and Technology (NIST) para ajudar organizações a gerenciar riscos de privacidade de forma integrada ao portfólio de riscos corporativos. A versão mais recente (1.1, 2025) foi realinhada ao Cybersecurity Framework 2.0, permitindo que empresas usem ambos de forma complementar. Ele é estruturado em três componentes — Core, Profiles e Tiers — que permitem avaliar a maturidade de privacidade, alinhar práticas às necessidades regulatórias e apoiar a comunicação transparente com stakeholders. Isso fortalece a confiança de clientes e parceiros, além de preparar a organização para lidar com tecnologias emergentes, como inteligência artificial e IoT.
CIS Controls
Os CIS Critical Security Controls (CIS Controls) são um conjunto de práticas recomendadas e priorizadas para reduzir riscos cibernéticos mais comuns. Desenvolvidos pelo Center for Internet Security, eles evoluem constantemente para refletir o cenário real de ameaças, com base em dados como o Verizon DBIR e o MITRE ATT&CK. A versão atual (v8.1, 2025) inclui 18 controles, que vão desde inventário de ativos até resposta a incidentes e testes de penetração. Um diferencial é a aplicação por Implementation Groups (IG1, IG2 e IG3), permitindo que empresas de diferentes portes e maturidades apliquem controles de forma progressiva. Isso torna os CIS Controls uma referência prática e escalável para integrar segurança da informação ao GRC.
ISO 27001/27002
A ISO/IEC 27001 é a principal norma internacional para implementação de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI), e a ISO/IEC 27002 detalha os controles práticos de segurança que dão suporte à certificação. Essas normas são amplamente adotadas em empresas que buscam compliance, credibilidade e reconhecimento global. A ISO 27001 estabelece requisitos para criar políticas, processos e controles que assegurem a confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação, enquanto a ISO 27002 oferece um guia detalhado de boas práticas para cada controle. Adotar esse padrão ajuda não só na conformidade com regulamentações como LGPD e GDPR, mas também na criação de uma cultura organizacional orientada à segurança.
COSO ERM
O COSO ERM (Enterprise Risk Management) é uma estrutura voltada ao gerenciamento integrado de riscos corporativos, desenvolvida pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. Diferente de frameworks focados apenas em segurança da informação, o COSO ERM aborda riscos estratégicos, financeiros, operacionais e de compliance em um modelo unificado. Ele se baseia em princípios como governança forte, cultura organizacional ética, definição de apetite a risco e integração com a estratégia corporativa. Essa abordagem facilita que conselhos de administração e executivos alinhem riscos a objetivos de negócio, criando valor sustentável e maior transparência para investidores e reguladores.
Principais desafios na implementação de GRC
Desafio | Impacto no negócio | Possíveis soluções |
Gerenciamento de mudanças | Resistência cultural, dificuldade de engajamento e atrasos na adoção de processos de GRC. | Programas de change management, comunicação clara dos benefícios e patrocínio da alta liderança. |
Complexidade regulatória | Risco de multas, sanções, perda de certificações e danos à reputação. | Monitoramento contínuo de normas, compliance automatizado e uso de frameworks globais (NIST, ISO, CIS). |
Escassez de talentos | Falta de especialistas para gerir riscos e conformidade, sobrecarga de equipes existentes. | Treinamento interno, capacitação contínua e parcerias com consultorias especializadas. |
Fragmentação de dados | Falta de visibilidade, relatórios inconsistentes e falhas em auditorias. | Plataformas unificadas de GRC, integração de sistemas e governança de dados centralizada. |
Gerenciamento de mudanças
Implementar GRC exige que diversas áreas da empresa trabalhem de forma integrada, o que pode gerar resistência cultural e operacional. Times que antes atuavam em silos precisam alinhar processos, compartilhar informações e adotar novas práticas de governança. Sem um programa de gestão de mudanças estruturado, a iniciativa corre o risco de ser vista apenas como burocracia, em vez de agregar valor ao negócio.
Complexidade regulatória
Empresas que atuam em diferentes mercados precisam lidar com um mosaico de leis, normas e regulamentações que variam conforme o país e o setor. Do GDPR na Europa à LGPD no Brasil, passando por NIS2, HIPAA e SOX, manter conformidade constante é desafiador e exige monitoramento contínuo. Além de consumir tempo e recursos, a falta de atualização pode resultar em multas elevadas e perda de reputação.
Escassez de talentos
Há um déficit global de profissionais especializados em riscos, compliance e cibersegurança. Segundo relatórios recentes, a demanda por especialistas súpera em muito a oferta, dificultando recrutar e reter talentos. Essa escassez não só encarece a mão de obra, como também limita a capacidade das empresas de implementar frameworks robustos de GRC, forçando muitas vezes a depender de consultorias externas.
Fragmentação de dados
Um dos principais obstáculos do GRC é a existência de dados dispersos em diferentes sistemas e departamentos. Essa fragmentação cria lacunas de visibilidade, dificulta auditorias e compromete a qualidade da análise de risco. Consolidar essas informações em plataformas integradas é fundamental para gerar relatórios consistentes, apoiar a tomada de decisão e garantir que todos os stakeholders tenham acesso a dados confiáveis em tempo real.
Perguntas frequentes sobre GRC
O que motiva a adoção de GRC?
A crescente complexidade regulatória, aumento de riscos cibernéticos e exigência de transparência por parte de clientes e investidores.
Quais são as ferramentas mais usadas em GRC?
Plataformas que automatizam auditorias, gestão de identidade, monitoramento regulatório e frameworks de controles (como NIST, CIS e ISO).
Como medir a maturidade de GRC?
Por meio de frameworks de avaliação que verificam integração entre governança, riscos e compliance, grau de automação, auditorias e alinhamento estratégico.
Adotar uma abordagem de GRC não é apenas uma questão de conformidade legal, mas sim um diferencial estratégico para a sustentabilidade dos negócios. Ao alinhar governança, risco e conformidade com a estratégia corporativa, a empresa ganha em transparência, fortalece sua reputação e cria bases sólidas para inovar com segurança em um mercado cada vez mais competitivo e regulado. Além disso, frameworks como NIST, CIS Controls e ISO 27001 ajudam a estruturar processos de forma eficiente, garantindo uma visão integrada dos riscos e maior capacidade de resposta a crises.
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