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Segurança de aplicações pede testes de intrusão eficientes

Desenvolvedor é a peça-chave da segurança de aplicações web. É na fase de criação dos códigos que esse profissional tem uma oportunidade valiosa de mitigar pontos de vulnerabilidades antes que a tecnologia em questão chegue ao usuário final. Finalizado o desenvolvimento, é ele quem detém o conhecimento profundo para testar se todas as “portas” estão devidamente fechadas, assim como um criminoso faria, porém antes que esse atacante chegue.

É por todos esses motivos que é tão importante que esse profissional conheça e coloque em prática os testes DAST e SAST. E é sobre isso que vamos falar nesse artigo.

O que são testes DAST e SAST?

A Static Application Security Testing (SAST) e a Dynamic Application Security Testing (DAST) são testes de intrusão, também conhecidos como teste de vulnerabilidade ou pentest. São, na prática, simulações de ataques cibernéticos, ação que deve ser executada por um profissional de segurança da informação com formação complementar como “hacker do bem” ou “hacking ético” ou através do uso de ferramentas especializadas para segurança de aplicações – também conhecido como Application Security ou AppSec. 

O SAST e a DAST utilizam metodologias complementares. Enquanto a SAST avalia a maturidade digital de uma aplicação ainda na fase do código fonte, quando a tecnologia está em repouso, a DAST realiza o teste enquanto a ferramenta está sendo utilizada, considerando a experiência do usuário. Ou seja, é na união das duas ferramentas que está a máxima proteção de uma aplicativo.

Como esses testes contribuem para a segurança de aplicações

Realizados de uma forma prevista e calculada, os testes DAST e SAST avaliam o nível de fragilidade e de robustez de uma aplicação, em diferentes momentos do desenvolvimento da tecnologia, por meio de práticas que costumam ser utilizadas por atacantes reais. Dessa forma, consegue-se verificar, na prática, a maturidade do ambiente em cibersegurança, incluindo a capacidade da empresa para respostas a incidentes.

10 principais vulnerabilidade que comprometem a segurança de aplicações

É urgente que a segurança de aplicações faça parte da rotina e da cultura dos desenvolvedores. A iniciativa deve considerar os riscos mais críticos, como os 10 elencados na lista OWASP, documento de conscientização padrão para desenvolvedores e reconhecido globalmente como um primeiro passo para desenvolvimentos mais seguros.

1. Quebra de controles de acesso

Situação identificada quando uma pessoa não autorizada consegue acessar funcionalidades, sistemas e dados de um ambiente digital corporativo. Lembrando que, entre os motivos para isso acontecer estão: referências inseguras e diretas a objetos (IDORs), falta de controle de acesso ou falha na configuração da tecnologia e ausência de firewall de aplicação Web (WAF) ou erro em sua implementação.

2. Falhas criptográficas

Adversidade que se instala quando há um erro no processo de transformação do dado em algoritmos codificados no momento em que ele é exfiltrado. Em geral, isso acontece por falta de segurança no armazenamento criptográfico e no gerenciamento de chaves. Também é comum que aconteça pela geração de chaves ou números aleatórios fracos, além de falhas em protocolos criptográficos. 

3. Ataques de injeção

Nesse caso, invasores inserem dados e scripts maliciosos em linguagens de comando ou consulta das aplicações legítimas. Esse cenário é possível quando a aplicação não é eficiente nos processos de validar, filtrar e higienizar os dados fornecidos pelo usuário. A ausência de WAF também facilita o ataque.

4. Design não seguro

Caracteriza-se por uma aplicação com diversas portas de vulnerabilidade. São soluções de tecnologia que, em seu processo de desenvolvimento, não foram submetidas a testes robustos para avaliar a resistência aos ataques mais conhecidos, ao uso de modelagem de ameaças ou às arquiteturas de referência. 

5. Configurações de segurança incorretas

Não basta contar com soluções de segurança da informação. É imprescindível que essas ferramentas estejam devidamente implementadas e atualizadas, com senhas fortes e configurações de permissões adequadas. Tudo para evitar acessos não autorizados, instalação e ativação de recursos desnecessários e exposições de informações e ambientes, entre outras vulnerabilidades 

6. Componentes vulneráveis e desatualizados

As aplicações também podem se ver expostas à exploração diante do uso de componentes desatualizados, não corrigidos ou vulneráveis. Entre eles estão plugins, bibliotecas, estruturas, sistema operacional (OS), servidores da Web/aplicações, sistemas de gerenciamento de banco de dados (DBMS), aplicações e APIs. Aqui, um WAF também se faz necessário.  

7. Falhas de identificação e autenticação

Para comprometer contas, senhas e tokens, os atacantes costumam se valer de vulnerabilidades na autenticação, na identidade e no gerenciamento de tokens de sessão. Uma das medidas para evitar esse tipo de ataque é invalidar logins e tokens no logout ou após um tempo de inatividade do usuário no sistema.

8. Falhas de integridade de software e dados

Isso é algo que decorre de ineficiência na construção de códigos e infraestruturas de aplicações. Em geral, se instala durante atualizações de software, modificações de dados confidenciais e alterações em pipelines de CI/CD que não são validadas, principalmente se a aplicação depende de plugins, bibliotecas, módulos de fontes, repositórios e CDNs não confiáveis.

9. Falhas de registro e monitoramento de segurança

Uma aplicação que não conta com processos completos de registro e monitoramento de segurança se torna incapaz de detectar ameaças e atividades não autorizadas e responder prontamente aos incidentes. Afinal, nunca é demais lembrar que só é possível defender com eficiência o ambiente digital que conhecemos e monitoramos.  

10. Server-Side Request Forgery (SSRF)

Na tradução para o português, SSRF significa Falsificação de Solicitação no Servidor. Dessa forma, o atacante pode direcionar as ações de ambientes internos de uma aplicação, acessar serviços e forçar o acesso a destinos maliciosos na web. Acesso com privilégio mínimo e uso de WAF costumam ser eficientes nessa jornada.

De que forma os desenvolvedores podem se beneficiar desses testes

Ao incorporar testes de DAST e SAST às práticas de desenvolvimento e acompanhamento de aplicações, os desenvolvedores evidenciam o seu compromisso pessoal com a privacidade,a proteção de dados e a proteção dos ambientes corporativos. Tudo isso enquanto contribui para a elevação dos índices de maturidade digital do mundo corporativo.

O uso de uma ferramenta especializada em segurança de aplicações pode ajudar os desenvolvedores a ter uma maior visibilidade dos problemas nos códigos e muitas vezes automatizam correções básicas e auxiliam a criar um sistema de priorização das correções mais críticas. Isso além de uma maior segurança, reduz tempo de trabalho e traz mais produtividade para os desenvolvedores.

5 boas práticas na implementação de testes de intrusão

A auditoria proativa de cibersegurança promovida pelo teste de intrusão é um excelente passo para mitigar as vulnerabilidades do ambiente digital de uma organização. Mas, para que a iniciativa seja eficaz, é imprescindível que o desenvolvedor considere, pelo menos, 5 boas práticas:

  1. Manter no radar o que está sendo falado e praticado por empresas, órgãos, instituições, entidades, institutos e profissionais de TI e SI com relação aos temas cibersegurança;
  2. Reaplicar o teste de intrusão sempre que houver alguma mudança no ambiente digital, como novas instalações de ferramentas, atualizações dos softwares ou alterações em políticas;
  3. Garantir que a rotina do teste de intrusão explore as vulnerabilidades considerando o comportamento de criminosos e, também, de usuários legítimos, que podem burlar as regras de uso de maneira acidental ou intencional;
  4. Dominar as habilidades de um Hacker Ético, por meio de certificação específica, conhecimento e experiência; e
  5. Ser o incentivador do treinamento e da conscientização de membros da equipe no tema cibersegurança.

Prejuízos de invasões digitais às empresas

Garantir a segurança de aplicações desde os primeiros códigos do desenvolvimento da solução é importante porque “grandes violações de ambientes digitais corporativos estão crescendo em número, escala e custo”. Esse é o alerta da Pesquisa Global Digital Trust Insights, produzida pela PwC com base na percepção de 3.876 executivos de negócios, tecnologia e cibersegurança das maiores empresas do mundo.

O estudo indica que subiu de 27%, em 2023, para 36%, em 2024, a porcentagem de entrevistados que relataram custos entre US$ 1 milhão e US$ 9 milhões no pior incidente cibernético que enfrentaram nos últimos três anos. Outros índices preocupantes indicam que 9% tiveram prejuízos entre US$ 10 milhões e US$ 19 milhões, enquanto 4% já amargaram perda de US$ 20 milhões ou mais.

A pesquisa não apresenta recortes sobre a origem dos ataques, mas alerta que as ameaças cibernéticas estão interconectadas. No relatório está destacado que, “uma vez que agentes maliciosos invadem sistemas e redes, eles, frequentemente, causam estragos de todas as maneiras possíveis”.

Capacitação, treinamento e conscientização em cibersegurança estão entre os serviços oferecidos pela NovaRed. Estamos à disposição para entender o desafio do seu negócio nesse quesito e apoiar a sua organização da melhor forma. 

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