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Cibercrime: Bancos devem investir na segurança de correntistas idosos  

No Brasil, “nasce” uma pessoa 60+ a cada 21 segundos. Mundialmente, estima-se que até 2050, no mundo, teremos mais de 2 bilhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de um público que chega a essa idade cada vez mais ativo, conectado e independente, porém ainda muito vulnerável ao risco cibernético, seja por ingenuidade, desconhecimento das tecnologias ou excesso de confiança nas pessoas.  

Se você, como instituição financeira, tem interesse em proteger esse público, não pode deixar de ler esse artigo. 

Risco cibernético: o que você precisa saber sobre correntistas idosos 

Não é regra, mas muitos idosos não se sentem seguros para utilizar tecnologias e navegar na internet. Alguns acabam se afastando ainda mais do ambiente digital pela propagação de casos de cibercrime aliado ao fato de se sentirem inibidos em solicitar ajuda de pessoas próximas a todo momento. Eles também podem ficar inseguros em ambientes virtuais que exigem muitos cliques, sites que não tenham indicação de presença do protocolo de segurança Secure Sockets Layer (SSL) ou em transações que bloqueiam completamente o acesso a um humano. 

Cinco golpes financeiros muito comuns 

Quando o assunto é obter lucro financeiro por meio de atos ilícitos, os criminosos não têm limite. Em muitos casos, eles entram em contato com os clientes por meio de ligações muito profissionais ou e-mails e mensagens de texto com design muito similar às versões originais. Essa profissionalização, muitas vezes, é capaz de convencer pessoas desavisadas ou que sejam acessadas em algum momento de mais estresse ou de distração do dia.  

A prática, conhecida como engenharia social, representam 70% das fraudes, conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Todos esses contatos, porém, têm uma característica em comum: o senso de urgência. A seguir, destacamos cinco entre os golpes financeiros mais usuais: 

  1. Telefone – Ligação para atualizar dados cadastrais. Nesse momento, os criminosos aproveitam o contato para confirmar as informações e coletar novas, incluindo senhas, números do cartão e códigos de segurança. Em alguns casos, é solicitado que o cliente faça transferências ou pagamentos emergenciais. Há quadrilhas que contam com uma central especializada nesse serviço; 
  2. Mensageiro – Envio de mensageiro na residência do correntista para a retirada de cartão de crédito ou débito que foi supostamente clonado e precisa ser substituído. Há casos de criminosos que iludem o cliente pedindo para que ele corte o cartão ao meio como forma de inutilizar a tarja magnética. A questão é que informações importantes permanecem intactas no chip; 
  3. Mensagem de texto – Envio de whatsapp ou SMS com links maliciosos relacionados a prémios ou problemas que precisam ser resolvidos em um curto espaço de tempo. Em geral, nessa ação, dados são roubados e dispositivos, infectados; 
  4. E-mail – Disparo de e-mails de phishing, caracterizados por mensagens com vírus ou links que levam os clientes a acessar sites falsos ou a infectarem o próprio computador com softwares maliciosos;  
  5. Falso funcionário – Há relatos de pessoas que foram abordadas no caixa eletrônico por falsos funcionários do banco que ofereceram ajuda na operação financeira, aproveitando o momento para coletar senhas, trocar cartões ou substituir um envelope de depósito com dinheiro por outro vazio.  

Como prover segurança digital no Brasil 

Na América Latina, de janeiro a setembro de 2020 – período de pandemia –, foram bloqueadas mais de 20,5 milhões de ameaças contra consumidores e mais de 37,2 milhões contra organizações. Do total, 56% dessas ocorrências aconteceram no Brasil. Os dados, que evidenciam o quanto o risco cibernético está alto por aqui, são de um levantamento da Kaspersky. A nossa experiência diz que existem quatro fatores que podem aumentar a segurança da informação no ambiente digital:  

  • Conscientização humana – Os usuários da rede, sejam eles colaboradores ou clientes, devem ser treinados a desconfiar de links enviados por e-mail ou de telefonemas solicitando dados confidenciais, bem como de sites sem o certificado SSL ou com design duvidoso. Vale a pena investir também em ações que reforcem a importância de gerenciar a privacidade dos dispositivos de acesso à internet e de manter a atualização de seus softwares e sistema operacional. Agora tudo isso deve ser feito de uma forma que o idoso entenda e seja capaz de atuar; 
  • Senhas seguras – As pessoas devem ser incentivadas a não utilizarem senhas padrão, como aquelas relacionadas a nomes dos filhos, datas de aniversário, esportes favoritos ou outra informação pessoal que possa ser facilmente encontrada na internet; 
  • Autenticação dupla – Autenticação dupla ou de múltiplo fator é aquela que solicita ao usuário que confirme a sua identidade mais de uma vez e por diferentes meios, antes de liberar o seu acesso a um aplicativo ou sistema; 
  • Criptografia – Trata-se de uma tecnologia que codifica as informações, de forma que apenas o emissor e o receptor dos dados, devidamente autorizados, consigam fazer a leitura da mensagem. 

Os golpes financeiros contra idosos cresceram 60% 

Um levantamento feito pela Febraban revela que, somente na quarentena, houve um aumento de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos. As tecnologias de transações financeiras estão cada vez mais modernas, oferecendo praticidade a clientes e instituições financeiras. O mais recente exemplo dessa evolução é o PIX, novo meio de pagamento criado pelo Banco Central, que agrega agilidade aos processos. Porém não podemos esquecer que toda nova evolução de tecnologia traz consigo o aumento da superfície de ataque, exigindo atenção das organizações quanto ao risco cibernético

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